A Sociedade dos Poetas Safados – Conto I – Parte 3

Assim que chegamos, ele tirou a foto com ela com um belo sorriso no rosto. E, depois de agradecê-lo pela gentileza, ela se foi alegre para outro local da Pinacoteca.
— Vamos? — disse ele, olhando diretamente em meus olhos esverdeados.
Eu sorri e assenti com a cabeça. Então, voltamos a caminhar um ao lado do outro e fomos em direção à saída daquela bela e distinta construção. Nesse trajeto, pude sentir o agradável aroma que vinha do seu corpo e isso acabou despertando em mim uma imensa vontade de abraçá-lo bem forte.
— Eu moro aqui perto. Você é daqui mesmo de São Paulo?
— Sim. Nasci e cresci nessa maravilhosa e enorme cidade.
— Nunca pensou em ir embora? Morar em outros estados ou cidades… — Como já estávamos do lado de fora, começamos a caminhar sobre a calçada que ainda estava um pouco molhada.
— Não. Gosto bastante daqui de Sampa e minha família é toda daqui. Então, nunca me vi indo embora, pra falar a verdade.
Passamos em frente à Estação da Luz e seguimos direto, indo em direção ao bairro do Bom Retiro. Caminhamos por mais alguns minutos e paramos em frente a um prédio antigo, de esquina.
— Chegamos. — No mesmo momento em que seus olhos se encontraram com os meus, eu vi neles uma linda chama de um desejo ardente e sem dúvida alguma, um calor bem do bom me aqueceu o corpo por completo.
Sorrindo, ele abriu a porta e entramos em um hall de entrada bem simples. Em seguida, cumprimentamos cordialmente o porteiro assim que passamos por ele e entramos no elevador que já estava parado e de portas abertas para a gente. E, assim que entramos, ele aperta o botão de número oito.
— Mora aqui há muito tempo? — questionei-o, quando se encostou ao espelho e ficou me olhando com um olhar quente, intenso e cheio de promessas.
— Nem tanto — disse ele, tocando o peito e me lançando um sorriso sensual antes de apertar brevemente os bagos com uma de suas mãos criativas.
Que mala enorme!
— Esse apartamento é de um amigo meu e ele me aluga com tudo dentro sempre que venho a São Paulo. — continuou a falar. — Às vezes fico só uma semana e às vezes passo meses por aqui. É meio relativo, pois tenho que voltar a Minas Gerais para beber da cultura de lá. Eu também costumo viajar por outras cidades e outros estados também.
Ao chegar ao oitavo andar, o elevador parou e imediatamente abriu as portas. Saímos um após o outro e fomos direto para o apartamento 811.
— Lar doce lar! — disse ele ao abrir a porta de madeira polida. — Entra aí.
Assim que entramos, Aroldo tirou a jaqueta jeans que vestia e a colocou em cima do sofá. Em seguida, abriu a janela e um vento gostoso e meio frio preencheu o ambiente.
— Vem, vamos lá para a cozinha.
Eu o segui e quando lá chegamos, ele colocou um pouco de água em uma chaleira que havia pegado dentro do armário e a colocou em cima do fogão.
— É para o nosso café. — Intencionalmente, ele me lançou uma piscadela e acendeu o fogo para esquentar a água. — Se quiser ficar mais confortável, você pode tirar o paletó e a gravata. Eu só vou ali ao quarto e já volto. Se quiser alguma coisa, é só pedir, Ismael… — disse ele, dando uma leve mordiscada no lábio inferior. — Melhor, pode ficar à vontade mesmo. Sinta-se em casa!
Ele saiu da cozinha e me deixou ali sozinho por alguns minutos. Sem nada para fazer, olhei os armários e os utensílios que estavam expostos em cima da bancada. A pia estava limpa. O aparelho de micro-ondas era de um modelo antigo e a geladeira fazia um barulho que chegava a ser um pouco desagradável.
— Espero que não seja um problema para você… — disse ele, passando na minha frente como se estivesse desfilando em uma passarela. E para o meu agradável deleite, ele não estava usando nada além de uma bela cueca.
Uau!
Engoli em seco e a minha vara deu uma acordada assim que notei a sua bunda grande e empinada dentro daquela cueca justa que contrastava belamente com o seu tom de pele.
— Não é nenhum problema. Ouvi dizer que alguns artistas tem esse hábito de ficar sem roupas em suas casas.
— Posso colocar açúcar? — questionou-me ele, com um sorriso sacana no olhar.
— Pode sim — sorri.
— Tudo bem — disse e coçou a vara antes de pegar uma colher dentro de uma gaveta. — Não vai tirar o paletó e a gravata? Acho que está ficando meio abafado aqui…
Nem pensei duas vezes e imediatamente atendi ao seu pedido. Sob o seu olhar, tirei as peças, dobrei-as e as coloquei sobre o meu colo. Em seguida, abri alguns botões da minha camisa social e ele reparou nos pelos que saíam pela pequena abertura.
— Sabia que quem tem peito peludo, assim como o seu, costuma ser mais inteligente que certos grupos de pessoas?
— Já ouvi isso em algum lugar, mas não acredito muito.
Ele sorriu e disse que seria melhor se tomássemos o café na sala de estar. Eu assenti que sim e disse que para mim estava ótimo. Então, conversamos por mais alguns minutos até que o café ficasse pronto. E, assim que coou o líquido quente e amarronzado, Aroldo pegou duas xícaras no armário e colocou um pouco para a gente beber. Entregou-me uma delas e a outra ele ficou para si.
— Bora?
Fomos para a sala de estar e antes de nos sentarmos, ele abriu o sofá-cama e ligou a televisão LED de 42 polegadas. Para me livrar do meu paletó e da gravata, eu os coloquei em cima de um puff azulado que estava próximo da parede de tom claro.
— Sobe aí!
Pedi a ele que segurasse a minha xícara e me sentei para tirar os meus sapatos e as minhas meias.
— Chega mais perto — disse ele, depois de dar uma bebericada no café que soltava uma leve fumaça esbranquiçada.
Aproximei-me ainda mais e encostei as minhas costas no sofá que era feito em um tecido suede de tom alaranjado. Olhei-o nos olhos e sorri rapidamente. Então, peguei a minha xícara que estava em sua mão e dei um bom gole no café forte e quente que estava adoçado na medida certa.
“Forte e quente é o que ele deve ser…”, pensei e dei mais uma bebericada.
— E aí, o que achou do meu café? — disse ele, se ajeitando melhor no sofá para que me olhasse de frente.
— Bem forte e quente.
— Do jeito que eu / você gosta (o)… — dissemos ao mesmo tempo.
Sorrimos e caímos em uma breve risada.
— Como sabia que eu gostava desse jeito?
— Desde quando o vi admirando a minha tela lá na Pinacoteca. E olha que fiquei te observando por uns belos minutos.
— Desculpe, mas eu não percebi…
— Você estava bem concentrado. Aí eu tive que chegar junto, sabe?
— E agora eu estou aqui. Sentado em sua sala de estar. Saboreando este delicioso café e tendo por companhia a sua belíssima presença…
— Muito obrigado… — disse ele, depois de ter mordido de leve os seus lábios carnudos. — Mas espero que não queira somente a minha presença aqui ao seu lado. Eu espero que possamos…
Sorri para ele e dei a última golada no café.
— Que possamos… — eu o encorajei para que concluísse a sua fala.
— Aproveitarmos esse momento. Igual a minha tela, pois nela eu somente idealizei o que gostaria de ter sentido… O que estava em minha mente.
Coloquei a xícara em cima de um aparador que estava ao lado do sofá e me aproximei ainda mais dele.
Aroldo deu o último gole de café e me passou a xícara que estava em suas mãos de dedos finos e que tinham alguns anéis prateados. Peguei-a e a coloquei ao lado da minha.
Com as mãos livres, acariciei o seu mamilo escuro e comecei a chupa-lo bem devagar. Aroldo soltou um suspiro e afagou os meus cabelos brancos e encaracolados na parte de cima. E, ao perceber que ele estava gostando da minha carícia, eu aumentei a velocidade da chupada e lhe dei uma leve mordida, arrancando-lhe um doce gemido.
— Vou fechar um pouco a janela, pois está entrando um ventinho mais frio agora.
— Sem problemas — disse ele, passando a mão sobre o peito que eu havia mordiscado.
Levantei-me e, ao invés de fechar a janela por completo, eu apenas cerrei as cortinas de coloração creme fosco e deixei uma pequena abertura para que o vento entrasse.

Continua…

Este conto faz parte do e-book A Sociedade dos Poetas Safados do escritor Mike Schmütz (@autormike07) e o mesmo se encontra integralmente disponível para venda no site da Amazon. Conheça também outras obras do autor e apoie um escritor que publica a sua obra de forma independente.

   

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